Eu me formei em 2001 em Engenharia Civil pelas Faculdades Integradas Nove de Julho (atual UNINOVE). Nessa época já iniciei o estágio em obras, no segundo ano em 1998. Depois assumi a minha primeira obra quando me formei e fiquei em canteiros até 2005 na Construtora TS Ltda. Em 2004, eu fui aprovado no Mestrado Acadêmico da Escola Politécnica de São Paulo (USP), onde cursei o programa por 3 anos e defendi minha dissertação sobre revestimentos. Em 2005 fui indicado para Cyrela Construtora, onde permaneci até 2017. Fui responsável pelas áreas de Gestão da Qualidade, Desenvolvimento Tecnológico e Produção Sustentável. Em 2017 fundei com minha esposa a GP&D Consultoria e Projetos, onde atuamos até hoje. A GP&D atualmente é um grupo de 4 empresas, tendo mais de 200 clientes e 150 projetos simultâneos.

Meu primeiro contato com o conceito de desempenho em edificações foi em 2004 quando ingressei no Mestrado. Fiquei fascinado e tive conhecimento dos textos base da Norma, tendo participado de algumas revisões auxiliando a professora Mércia Barros, na parte 3 de Pisos. A partir daí participei ativamente das comissões representando a Cyrela Construtora até a publicação de 2013.

Meu pai foi minha inspiração, empreendedor nato, comerciante, teve vários negócios ao longo de sua vida. Sempre tive vontade de empreender e conversei muito com minha família (meu irmão já empreende há muitos anos) e amigos próximos que me incentivaram. Quando estava para fazer 40 anos senti que era a hora.

Acredito que muita coisa depende da próxima eleição presidencial. Mesmo com a pandemia, em geral, o setor cresceu muito. Hoje estamos vivendo um verdadeiro boom imobiliário. O desafio é entender esse cenário e inovar para entregar o produto competitivo. Em qualquer dos setores também é preciso diversificar, não podemos focar em um produto único, o cenário muda rapidamente. Por exemplo, nossa empresa atua em várias frentes de projetos e consultoria. Recentemente criamos uma empresa para prestação de serviço de ensaios.

Sim, muita. O Brasil são “vários países”, várias culturas e tradições diferentes. Do ponto de vista de estruturação, as empresas do Sul e Sudeste investem mais em gestão e tecnologia. No Norte e Nordeste existe um foco mais voltado para o resultado do canteiro de obras em si, independentemente do grau de tecnologia.

É fundamental. Ela incentiva a inovação tecnológica e aperfeiçoamento das práticas construtivas. É um conceito mundial que demorou para ser implantado no Brasil, a construção civil só tem a ganhar com normas dessa natureza.

Ela estabelece parâmetros que não eram abordados nas normas prescritivas, como vida útil, durabilidade e critérios mensuráveis de desempenho, independentemente das técnicas construtivas ou materiais empregados. Isso abre uma grande oportunidade para inovações em sistemas construtivos, como a Trisul vem fazendo com sucesso.

Em geral não era uma cultura antes da norma de desempeno a realização de ensaios na obra para avaliação dos diversos sistemas construtivos. Os ensaios de habitabilidade são pontos de atenção, pois são perceptíveis ao usuário. Os que são mais exigidos são os de desempenho acústico, pela questão do incômodo, em cidades mais habitadas.