Programa de capacitação de mão de obra em canteiros

Data de publicação : 02/06/2022

A construção civil sempre foi conhecida por ser o setor de base que mais emprega na economia. Se o mercado vai bem, é porque a construção civil vai bem. Em contrapartida, o aquecimento na construção civil tem demandado a mão de obra disponível no mercado a níveis próximos da escassez. Se antigamente o gargalo estava na limitação de equipamentos disponíveis, hoje o problema está em se conseguir mão de obra habilitada para operar os diversos níveis englobados dentro desse nicho, de maneira especial em relação aos serviços considerados mais pesados.

Sob essa ótica, ao analisar o perfil dos colaboradores em nossos canteiros, foi possível identificar o seguinte:

  1. Em relação aos serviços mais pesados (podemos considerar dentro desse grupo as atividades de carpintaria, elevação de alvenaria e revestimento em argamassa), os oficiais mais habilidosos e produtivos são os mais velhos, cuja faixa etária está por volta dos 50 anos de idade. Para essas atividades, não se nota um ciclo de renovação natural do efetivo, a transferência de conhecimento é hereditária;
  2. Por outro lado, atividades mais relevantes do ponto de vista tecnológico (inclui-se aqui vedações em drywall, steel frame e instalações elétricas) possuem um perfil de colaborador mais jovem, inclusive com mão de obra habilitada por instituições de ensino técnico.

 

Baseado nisso, o Programa de capacitação de mão de obra em canteiros Trisul visa misturar o melhor dos dois mundos: promover condições de ensino prático dentro do canteiro, em horário de trabalho, a profissionais que tenham interesse em executar atividades inseridas no programa, e que não tenham tido oportunidade de aprendizado ao longo da vida profissional. Os cursos são oferecidos ao efetivo de empresas terceirizadas atuantes dentro de nossos canteiros.

 

COMO FUNCIONA?

O programa acontece em algumas etapas:

  1. Através de abordagem em DSS (diálogo semanal de segurança), o programa é divulgado ao público. Os interessados deixam seus nomes com a equipe de engenharia e a turma é formada;
  2. O curso é estruturado da seguinte forma:
  • Uma a duas aulas teóricas, ministradas por engenheiro (a), de cunho técnico e elucidativo;
  • 10 a 15 aulas práticas, ministradas por um mestre de obras, abordando a apresentação dos EPI’s, introdução a leitura de projetos, manuseio do ferramental e aplicação prática;
  • Teste final prático, cujos critérios de aceitação da amostra realizada são os critérios de aceitação de serviços da construtora;
  • Fornecimento de certificado de participação, com aval da equipe técnica da construtora;
  • Direcionamento de atividades dentro do canteiro, onde o profissional recém-habilitado passa a executar em seu cotidiano os ensinamentos adquiridos no programa.

 

A seguir, podemos ver o programa sendo realizado nas obras Mirant Vila Madalena e Athos Paraíso:

Figura 1 – aula téorica ministrada na engenharia da obra Athos Paraiso

 

 

 

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Figura 2 – Projetos e equipamentos necessários para elevação de alvenaria

 

Figura 3 – Aulá prática de elevação de alvenaria

 

FRUTOS

Até o momento, foram formadas quatro turmas, representando cerca de 7% do efetivo de cada canteiro. De forma geral, os participantes são aqueles registrados como ajudantes, e que pretendem buscar qualificação em carteira. Cerca de 80% dos alunos concluem o curso atingindo resultado satisfatório. Embora o número não pareça tão expressivo em um primeiro momento, essa é uma ação de longo prazo que visa mitigar o risco de falta de profissionais qualificados dentro de nossos canteiros. Além disso, os laços estabelecidos entre os alunos do curso e a equipe de treinamento da construtora promovem bem-estar e melhor convívio no cotidiano.