Como funciona a logística reversa na construção?

Data de publicação : 01/06/2021

Saiba como a logística reversa pode ser aplicada no segmento e quais os benefícios que ela traz.

Imagem:  Gerd Altmann por Pixabay 

 

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da Universidade Trisul

 

A construção civil é uma atividade que normalmente gera muitos resíduos sendo, portanto, de extrema importância que se busquem soluções para a melhor destinação destes resíduos.

Uma das soluções que tem se mostrado mais viável é a logística reversa, que tende a se tornar um grande diferencial competitivo para as empresas, podendo até gerar retorno financeiro. 

Neste post vamos entender os conceitos da logística reversa e sua aplicação nos canteiros de obras da construção civil. 

 

O que é a logística reversa?

Podemos entender que a logística reversa é um processo pelo qual uma empresa realiza uma entrega, em local e hora pré-determinados e, no mesmo ciclo, realiza a coleta de outros materiais e resíduos derivados, promovendo seu retorno à empresa para reciclagem e destinação correta. A maior eficiência do processo se dá pelo fato de ser uma cadeia fechada de procedimentos, sem desperdício de custo, armazenagem e tempo. 

 

Sua aplicação ganhou impulso a partir da publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com a Lei nº 12.305, em agosto de 2010. Entre as definições, ficou estabelecido que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem promover acordos setoriais quanto à implantação de uma responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

 

Em alguns setores industriais como os segmentos de pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus, por exemplo, a logística reversa já é obrigatória, bem como o setor de agrotóxicos que possui procedimentos de logística reversa para embalagens. 

 

A importância das estratégias de logística reversa na construção

Dados do setor da construção civil apontam que a atividade é responsável por 50% do lixo gerado no Brasil e por isso é necessário um novo olhar para
essa questão, de forma a minimizar seus impactos e mesmo possibilitar a geração de negócios com sua aplicação.

 

Para se ter ideia desse potencial, segundo estudo da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON), somente no Brasil gera-se 84 milhões de metros cúbicos de RCD por ano. Se 100% desses resíduos fossem reciclados, seriam suficientes para pavimentar quase 170 mil quilômetros de estradas ou construir 3,7 milhões de casas populares. Daí a necessidade de implantação de políticas de logística reversa mais rigorosas

Como funciona a logística reversa?

O ponto crucial de qualquer estratégia de logística reversa, é que os resíduos estejam em um único local para que seja feita uma coleta otimizada. Devem ser adicionadas rotas de coleta às rotas de entrega, aproveitando melhor a rotina de entregas, otimizando também a logística reversa.

 

Além disso, é importante que haja uma mudança no pensamento da organização para se dedicar à implantação dos processos necessários. Veja algumas das etapas da logística reversa:

Incentivo / treinamento
Uma boa aplicação dos conceitos de logística reversa na construção devem começar com a educação, ou seja, o treinamento junto aos funcionários e equipe de engenharia para identificar e organizar os resíduos que serão posteriormente levados à destinação. 

Rotas de entrega
Outro fator essencial na logística convencional, é que as rotas de entrega também devem ser incluídas no planejamento da logística reversa. Assim, os fornecedores devem definir que rotas de entrega também incluam o recolhimento dos resíduos, otimizando consideravelmente o processo da logística reversa.

Parcerias
Existem diversas entidades, ONGs ou cooperativas que podem ajudar no tratamento, coleta ou retirada e reaproveitamento de materiais, e por isso são potenciais parceiras para a logística reversa. Dessa forma, além de agilizar o processo, a depender do tipo de resíduo, pode ser um incentivo fiscal para o negócio.

Reciclagem / Reuso
Para que o ciclo de logística reversa finalize, o fornecedor/fabricante deve encaminhar a embalagem ou resíduo para a reciclagem, reuso ou mesmo para o descarte, em locais adequados para cada tipo de material.

 

Alguns cases no setor da construção

As empresas da construção civil têm se organizado e desenvolvido alguns programas que se utilizam da logística reversa para garantir um menor impacto de suas atividades ao meio ambiente.

 

Um das iniciativas é o Prolata Reciclagem, instituição criada sem fins lucrativos, formada por empresas do setor de embalagens de aço, que conta com o apoio e a expertise técnica da Abeaço e da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), e tem como principal objetivo estimular a coleta e a reciclagem de latas de aço pós-consumo no Brasil. O programa destina as latas utilizadas para a Gerdau, que recebe todo o material e reintroduz em sua linha de produção de aço. A Trisul participa desta iniciativa desde 2016.

 

Outra iniciativa, implantada pela Sto Brasil, líder mundial de sistemas de revestimentos de fachadas com isolamento térmico, em cooperação com a Trisul, tem como objetivo a destinação correta dos resíduos de sobras de texturas em baldes tipo “PP”, e de sacos de papel vazios de argamassa para revestimento. O processo está baseado na recepção das embalagens dos produtos na fábrica e posterior envio para correta destinação através da parceria com empresas certificadas.


Quer continuar antenado nessas e outras iniciativas importantes do setor da construção civil para uma maior sustentabilidade? Acompanhe sempre nossos posts aqui na Universidade Trisul.