Revestimento Interno em Gesso. Saiba como Fazer.

Data de publicação : 20/06/2017

Revestimento interno em gesso de paredes e tetos em áreas quentes é uma alternativa bastante atrativa, considerando aspectos como produtividade, acabamento final e custo. Porém, para que se obtenha um revestimento bem aderido, plano e isento de fissuras, alguns cuidados são necessários na sua aplicação.

Deve-se atentar também para a definição dos locais de aplicação, uma vez que o revestimento interno em gesso é rígido e não desempenha um bom papel em áreas sujeitas a dilatações térmicas, zonas de concentração de tensões e ainda em ambientes úmidos. Esse trabalho visa orientar a aplicação de gesso liso como revestimento de paredes e tetos de áreas quentes.

 

Documentos complementares

  • Projeto de arquitetura
  • Memorial descritivo especificando o acabamento dos locais

 

Materiais

  • Água
  • Resina PVA
  • Areia
  • Cimento
  • Argamassa de revestimento interno para execução das faixas
  • Taliscas cerâmicas
  • Gesso pega lenta
  • Proteção plástica ou de papelão para caixinhas de elétrica
  • Tela de poliéster veda trinca

 

Equipamentos

  • Rolo de textura alta
  • Cavaletes de madeira ou metálicos
  • Caixote plástico para mistura do gesso
  • Gabarito metálico para proteção das janelas
  • Nível eletrônico
  • Régua de aluminio
  • Esquadro de aluminio 60×100 cm
  • Desempenadeira de PVC
  • Prumo de face
  • Trena
  • EPI’s: capacete, bota de couro, luva de borracha, óculos de proteção,

 

Condições para início do revestimento interno em gesso

É fundamental que o local de aplicação esteja limpo e desimpedido. As paredes de alvenaria devem estar isentas de pó, com todas as juntas verticais preenchidas com argamassa. A estrutura de concreto deverá estar limpa e tratada, isenta de restos de madeira, pontas de prego residuais das formas, nichos de concretagem, e com os furos de barras de concretagem já tapados.

 

 

 

 

 

 

 

 

Locais que apresentarem pontas de ferro aparente na face do concreto (como pregos, arame, etc) deverão ser cortados rente a estrutura e receber tratamento em zarcão. Essa etapa do tratamento é fundamental pois o contato do gesso em estado fresco oxida os resíduos de ferro não passivados, resultando em manchas alaranjadas no revestimento final. As caixinhas de elétrica devem estar fixadas e protegidas, e de preferência a enfiação definitiva deve estar passada.

 

 

 

 

 

 

 

No caso de se utilizar contramarcos para a fixação de portas e janelas de alumínio, os mesmos já deverão estar posicionados e chumbados. A fixação da alvenaria deverá estar concluída no mínimo 7 dias:

 

 

 

 

 

 

 

Atendidas as condições acima, deve-se iniciar a aplicação do chapisco, com rolo de textura alta, na estrutura de concreto. O chapisco é aplicado em traço 1:3 (cimento : areia) e aditivado com resina PVA. A diluição da resina irá variar de acordo com a concentração de cada fabricante.

Figura 07 – aplicação chapisco rolado na estrutura

Figura 07 – aplicação chapisco rolado na estrutura

 

Não é necessário a aplicação de chapisco na alvenaria, uma vez que a superfície de contato apresenta condições favoráveis para a aderência do gesso.

Nos encontros entre alvenaria e estrutura (pilares e vigas), deve ser aplicada tela de poliéster de espessura aproximada de 15cm, em todos os encontros e em todos os andares do prédio. O objetivo desse reforço é impedir o surgimento de fissuras por movimentações da estrutura.

 

 

 

 

 

 

 

Após a verificação da aplicação da tela em todos os encontros, deve-se iniciar o taliscamento dos panos. A espessura de revestimento deverá estar entre 3 mm e 10 mm.  Para espessuras superiores, deverá ser feito um enchimento de regularização com argamassa de revestimento. Sugere-se que as taliscas sejam executadas com material cerâmico de 2º linha, em tamanho de 2,5 cm x 3,5 cm.

Figura 09 – Execução das taliscas

Figura 09 – Execução das taliscas

 

Após a execução das taliscas, deve-se executar as faixas (ou mestras) com argamassa de revestimento interno. As mestras devem estar distanciadas entre 1,00 e 1,50 m.

Figura 10 – Execução de mestras em argamassa

Figura 10 – Execução de mestras em argamassa

 

Execução do revestimento

Antes de iniciar o revestimento, deve-se realizar inspeção voltada à segurança do trabalho. As janelas deverão ser protegidas com tela metálica própria para essa finalidade, e deverá ser providenciado um andaime sobre cavaletes de acordo com a área do ambiente, com piso 100% forrado e rígido o suficiente para suportar a equipe de trabalho e as masseiras de gesso:

 

 

 

 

 

 

 

O revestimento deve ser iniciado pelo teto, com movimentos de vai e vem:

Figura 13 – Aplicação de gesso liso em teto

Figura 13 – Aplicação de gesso liso em teto

 

Após a conclusão do teto, deve-se revestir a parte mais alta das paredes, antes de desmontar os andaimes. A espessura do revestimento estará em função das faixas que já deverão ter sido aprovadas:

Figura 14 – gesso liso em parede

Figura 14 – gesso liso em parede

 

Após desmontar os andaimes, finaliza-se a parede revestindo a parte baixa. Deve ser dada atenção especial ao ponto de emenda entre os dois panos, garantindo planicidade com conferência de régua de alumínio:

Figura 15 – finalização do pano

Figura 15 – finalização do pano

 

Ao final, deve-se abrir as caixinhas de elétricas, anteriormente protegidas, e riscar os cantos a lápis para conferência visual:

 

 

 

 

 

 

 

Obs: todo o resíduo de gesso gerado no processo dever ser ensacado, segregado e descartado em caçamba especial, exclusiva para gesso. Esse material é encaminhado para reciclagem e pode ser reutilizado posteriormente.

Figura 19 – Caçamba exclusiva para gesso

Figura 19 – Caçamba exclusiva para gesso