Revestimento Interno em Argamassa. Passo a Passo.

Data de publicação : 20/06/2017

Embora possamos encontrar um alto nível de controle de qualidade em todas as etapas da cadeia construtiva de um edifício, é no acabamento final que a qualidade se mostra de maneira explícita ao cliente. O revestimento interno em argamassa (de paredes), por exemplo, pode impactar tanto em questões técnicas, como o desempenho térmico / acústico das vedações, até em questões estéticas, como garantir o esquadro da parede para a instalação de pisos, rodapés e mobília.

Dentre os requisitos técnicos, é preciso que o revestimento interno em argamassa seja plano, bem aderido, isento de fissuras e que apresente superfície adequada ao revestimento final, que irá variar nos casos de aplicação de pintura ou de assentamento de revestimentos. Esse trabalho visa orientar a execução de revestimento interno em argamassa para ambientes internos, de modo que o produto final atenda as necessidades técnicas e estéticas pretendidas na sua aplicação.

1. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

  • NR-18 (Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção);
  • NBR 13749:2013 (Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas-Especificações);
  • Projeto de Instalações Elétricas;
  • Projeto de Instalações Hidráulicas;
  • Projetos de Arquitetura.

2. MATERIAIS

  • Água;
  • Caixotes plásticos para massa;
  • Cimento e Areia ou Argamassa Industrializada;
  • Linha;
  • Taliscas de material cerâmico;
  • Tela plástica (reforço interface alvenaria x estrutura)

3. EQUIPAMENTOS

  • Broxa
  • Carrinho de mão;
  • Cavalete;
  • Colher de pedreiro;
  • Desempenadeira de aço dentada 8x8x8 mm;
  • Desempenadeira de madeira ou PVC;
  • Desempenadeira de feltro de borracha (para áreas secas ou aplicação de pintura);
  • Esquadro de alumínio;
  • Argamassadeira de eixo horizontal;
  • Prumo de face;
  • Régua de alumínio com nível;
  • Réguas de alumínio;
  • Rolo de textura alta;
  • Cavalete de madeira ou metálico;
  • Trena;
  • EPI’s: Capacete, Bota de Couro e Borracha, Luvas de Borracha, Cinto de Segurança, Óculos de Proteção, Proteção Auricular.

Etapas iniciais

Após a elevação da alvenaria, é necessário a instalação de caixinhas que compõe as instalações elétricas. Esse processo é feito com perfuratriz tipo serra-copo, o que gera a deposição de resíduo e poeira sobre a alvenaria. A figura a seguir ilustra essa etapa:

Figura 01 – Instalação de caixinhas de elétrica

Figura 01 – Instalação de caixinhas de elétrica

Assim, após a instalação das caixinhas, recomenda-se a lavagem da parede com maquina de pressão, 48 horas antes da aplicação de chapisco.

O chapisco compõe o sistema de revestimento, e representa a ponte de aderência entre a argamassa e o substrato. O chapisco deve ser aplicado com antecedência mínima de 48 horas da aplicação da argamassa de revestimento. Deverá ser chapiscada obrigatoriamente a estrutura de concreto, e opcionalmente a alvenaria. Recomenda-se realizar testes de aderência, com ensaios de arranchamento, anteriormente ao início das atividades para que essa interface seja bem compreendida. Recomenda-se também a aplicação de tela tipo viveiro, a ser posicionada no encontro entre alvenaria e estrutura, no primeiro e no último pavimento do edifício.

Figura 02 – Estrutura chapiscada com tela viveiro aplicada

Figura 02 – Estrutura chapiscada com tela viveiro aplicada

 

Antes de iniciar a aplicação da argamassa, alguns prazos técnicos devem ser observados:

  • Alvenaria elevada há no mínimo 14 dias
  • Encunhamento realizado no mínimo a 7 dias

 

Execução do revestimento

Inicia-se o revestimento com a aplicação de taliscas cerâmicas, conforme ilustrado na figura a seguir:

Figura 03 – Execução de taliscas

Figura 03 – Execução de taliscas

 

As taliscas devem possuir a menor espessura possível, sendo recomendado obedecer a espessura minima de 1,5 cm. Confere-se a planicidade das taliscas com o uso de um prumo de face, e o esquadro entre paredes com o uso de régua e esquadro de alumínio. O espaçamento máximo entre taliscas deve ser de 2,00 m, por ser esse o comprimento máximo das réguas de alumínio utilizadas no processo.

Após a execução das taliscas, deve-se executar as faixas, com a mesma argamassa de revestimento, como ilustra a figura a seguir:

Figura 04 – Execução de faixas

Figura 04 – Execução de faixas

 

Recomenda-se aplicar uma tira de madeira por todo o perímetro da parede a ser revestida. Dessa forma, consegue-se reaproveitar a argamassa que cai durante o sarrafeamento da argamassa, impedindo sua contaminação. É importante que o recolhimento seja imediato, do contrário o reaproveitamento não é recomendado:

Figura 05 – Tiras para recolhimento da argamassa

Figura 05 – Tiras para recolhimento da argamassa

 

Após a cura das mestras, pode-se iniciar a aplicação da argamassa de revestimento, com uso de colher de pedreiro ou ainda com a utilização de sistemas de jateamento disponíveis no mercado.

Figura 06 – Ponto ideal de sarrafeamento

Figura 06 – Ponto ideal de sarrafeamento

 

Após a aplicação, aguardar o ponto de sarrafeamento conforme figura a seguir:

Figura 07 – Sarrafeamento da argamassa com régua de aluminio

Figura 07 – Sarrafeamento da argamassa com régua de alumínio

 

Após o sarrafeamento da argamassa, as taliscas deverão ser removidas. Por fim, deve-se dar acabamento de acordo com o revestimento final previsto, sendo:

  • Revestimento em azulejo ou porcelanato: acabamento desempenado com desempenadeira de madeira ou PVC;
  • Pintura: acabamento com desempenadeira de feltro de borracha.
Figura 08 – desempenadeiras de madeira e borracha, respectivamente

Figura 08 – desempenadeiras de madeira e borracha, respectivamente