Conheça os componentes utilizados nas instalações elétricas

Data de publicação : 18/07/2018

“A qualidade é um dos fatores determinantes na hora da escolha de fios e cabos. Os condutores de segunda categoria, mais baratos, que deverão ser evitados, em geral são confeccionados com a reutilização de fios e até mesmo do material isolante, o que pode causar rachaduras pelo aquecimento” 

Por: Prof. Eng. Roberto de Carvalho Júnior

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da Universidade Trisul

 

De acordo com a NBR 5410, a escolha de qualquer componente e sua instalação deve permitir que sejam obedecidas as medidas de proteção para garantir a segurança e um funcionamento adequado ao uso da instalação e as prescrições apropriadas às condições de influências externas previsíveis (temperatura, altitude, presença de água, presença de corpos sólidos, choques mecânicos, mofo, vibração, influências eletromagnéticas etc.).

De modo geral, os componentes devem ser escolhidos de forma adequada para obedecer a condições de serviço, como: tensão nominal – valor eficaz em corrente alternada da instalação; corrente de projeto – valor eficaz em corrente alternada, que possa percorrê-los em serviço normal; frequência – se esta tiver influência sobre as características dos componentes, a frequência nominal do componente deverá corresponder à frequência da corrente no circuito pertinente; potência elétrica – os componentes escolhidos segundo suas características de potência devem ser adequados às condições normais de serviço, considerando os regimes de carga que possam ocorrer; compatibilidade – os componentes devem ser escolhidos de modo a não causar, em serviço normal, efeitos prejudiciais, quer aos demais componentes, quer à rede de alimentação, incluindo condições de manobra.

Dentre os principais componentes podemos citar: os eletrodutos, as caixas, os condutores elétricos, os dispositivos de proteção (disjuntores) e dispositivos de comando (interruptores), tomadas de corrente etc.

Os eletrodutos são condutos (aparentes ou embutidos) destinados exclusivamente a conter ou abrigar os condutores elétricos, fazendo as ligações entre todos os pontos de eletricidade e os quadros de luz. Correspondem também a uma tubulação que protege e permite a fácil substituição dos condutores.

Eles têm a importante função de proteger os condutores contra ações mecânicas e contra corrosão; bem como proteger a edificação contra perigos de incêndio, resultantes do superaquecimento dos condutores.

As caixas são acessórios que têm várias funções nas instalações elétricas prediais. Suas principais funções são: servir de base para fixação de luminárias e/ou dispositivos de comando; enfiação, emendas e derivação de eletrodutos; permitir acesso à fiação e manutenção das instalações.

Os fios e os cabos são os exemplos mais comuns de condutores nas instalações elétricas. A diferença fundamental entre eles é a flexibilidade. Os fios são próprios para instalações que não exijam dobras ou curvas, pois são formados por um único fio de cobre de seção maior isolado com PVC, o que lhe confere maior rigidez. Já os cabos são ideais para instalações em que haja curvas, pois apresentam maior flexibilidade.

A qualidade é um dos fatores determinantes na hora da escolha de fios e cabos. Os condutores de segunda categoria, mais baratos, que deverão ser evitados, em geral são confeccionados com a reutilização de fios e até mesmo do material isolante, o que pode causar rachaduras pelo aquecimento. Além de fuga de corrente, choques, curtos-circuitos e perigos de incêndio, esses fios e cabos mais baratos trazem em seu interior um cobre com altos índices de impurezas, que impedem a boa passagem de corrente elétrica e, consequentemente, aquecem, criando risco para as instalações elétricas, perda de energia e maiores gastos na conta de luz.

Os disjuntores termomagnéticos de baixa tensão são os dispositivos de proteção mais usados atualmente em quadros de distribuição. Esses disjuntores oferecem proteção aos fi os do circuito, desligando-o automaticamente quando da ocorrência de uma sobrecorrente provocada por um curto-circuito ou sobrecarga; permitem manobra manual, como um interruptor, seccionam somente o circuito necessário, em uma eventual manutenção.

O DR é um dispositivo de segurança de uso recomendado pela NBR 5410. Trata-se de um dispositivo supersensível às menores fugas de corrente, ocasionadas, por exemplo, por fios descascados, ou por uma criança que introduza o dedo ou qualquer objeto numa tomada. De atuação imediata, ele interrompe a corrente assim que identifica anomalias.

Os dispositivos de manobra, também chamados de dispositivos de comando, são aqueles que interrompem os circuitos, isto é, impedem a passagem de corrente. Apesar de parecer um detalhe sem importância, o arquiteto deve escolher bem os lugares onde os interruptores e as tomadas serão instalados.

As tomadas são peças que permitem a captação de tensão alimentadora de um circuito. A maior parte dos equipamentos de utilização é alimentada por meio de tomadas de corrente, por exemplo, os aparelhos eletrodomésticos.

As tomadas de corrente deverão atender às normas NBR 14136/02, sendo de 2 P + T, em toda instalação elétrica. Nas instalações prediais, podemos considerar dois tipos de tomadas: as tomadas de uso geral (TUG), com capacidade até 10 A e a as tomadas de uso específico (TUE), com capacidade de 20 A para uso residencial ou comercial.

Para uma boa escolha dos materiais e componentes utilizados nas instalações prediais, além das normas da concessionária e das normas específicas aplicáveis, também devem ser consultadas as Normas Técnicas da ABNT, principalmente a NBR 5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão).

 


Prof. Eng. Roberto de Carvalho Junior é engenheiro civil, licenciado em Matemática, com habilitação em Física e Desenho Geométrico. Pós-graduado em Didática do Ensino Superior. Mestre em Arquitetura e Urbanismo. Projetista de Instalações Prediais desde 1982, já elaborou inúmeros projetos de edificações de médio e de grande porte, executados em várias cidades do Brasil. Desde 1994, atua na área acadêmica, em faculdades de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, como professor universitário das disciplinas de instalações prediais. É autor dos livros “Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura”; “Instalações Elétricas e o Projeto de Arquitetura”; “Patologias em Sistemas Hidráulico-Sanitários” ; “Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias – Princípios básicos para elaboração de projetos” e “Interfaces Prediais”. Todos editados pela Blucher de São Paulo. Atualmente, é consultor independente e trabalha na área acadêmica, ministra cursos e palestras discorrendo especificamente sobre assuntos relacionados a sua área de atuação e como consultor independente.

 

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facebook: @carvalhojr.roberto
 

 

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