Iluminação LED está consagrada e continua evoluindo

Data de publicação : 16/08/2023

A tecnologia permite atender o ciclo circadiano, com projetos cuidadosos que consideram fatores como a quantidade, a temperatura e o espectro de cor da luz.

A vida útil do LED atinge 50 mil horas úteis (Foto: Divulgação/Studio Angela Snel)

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da Universidade Trisul

 

Dos anos 1990 para cá, a iluminação LED se consagrou no mercado brasileiro, tanto nos projetos de interiores quanto de fachadas, e já alcança a iluminação pública. “As fontes de luz LED vieram para ficar e substituir as fontes de luz tradicionais, compreendendo as incandescentes, halógenas, fluorescentes tubulares e compactas, alta pressão de mercúrio, metálica e sódio”, pontua o engenheiro Isac Roinzeblatt, diretor Técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux).

A designer de interiores e especialista em iluminação, Angela Snel, do estúdio que leva seu nome, reforça, dizendo que a tecnologia reproduz as cores, a potência e o raio das lâmpadas incandescentes halógenas. “Vale ressaltar a gama de fitas e perfis de LED que nos permitem fazer cenários internos em rebaixos e mobiliários, assim como as fitas aquablock utilizadas em fachadas”, acrescenta.

A evolução não para aí. De acordo com o engenheiro, novas tecnologias estarão à disposição até 2030, quando a transformação se completará, com novidades em eficiência, desempenho e integração. “Como os OLEDs, que são LEDs orgânicos para um segmento do mercado e, talvez, lasers para algum segmento da iluminação”, adianta.

Vantagens e mais Vantagens

Uma das maiores vantagens da iluminação LED é a eficiência energética, que chega a cerca de 200 lumens por Watt consumido. “Ou seja, algo em torno de dez vezes mais eficiente do que uma halógena, duas a três vezes mais eficiente que uma fluorescente compacta e quase o dobro da eficiência de uma lâmpada de sódio”, diz Roinzeblatt.

A vida útil dessa tecnologia atinge 50 mil horas úteis, o que representa um longo período praticamente com baixa depreciação do fluxo luminoso. “Essa durabilidade muito maior dos LEDs em relação às lâmpadas antigas resulta na redução do período de manutenção das luminárias e, consequentemente, em menores custos”, comenta o engenheiro, observando que, dependendo da aplicação, o retorno sobre o capital investido numa substituição dos sistemas antigos pode ocorrer em semanas ou poucos meses. “Sempre vale a pena”, diz.

A designer menciona outros benefícios que a tecnologia traz aos projetos, quando aplicada corretamente. “Os LEDs de baixa voltagem não apresentam perigo na hora da instalação. Outra propriedade importante é a ausência de ultravioleta e infravermelho, facilitando a iluminação de quadros, produtos perecíveis e artigos que desbotam”, completa.

A Luz e o Ciclo Circadiano

Os LEDs são diminutos e sua junção pode proporcionar desde um pequeno até um grande fluxo luminoso, que pode ser regulado ou dimerizado.

“Importante ressaltar a possibilidade de se obter aparências de cor desde um branco laranja, ou ‘quente’, até um branco azulado ‘frio’. Devem ser aplicadas de forma conveniente, segundo o tipo de ambiente, ou de forma dinâmica adaptando sua emissão ao ciclo cicardiano”, explica Roinzeblatt. A qualidade de luz é também um grande melhoramento, pois permite ter, numa escala de cor de zero a cem, valores próximos a cem em qualquer aparência de cor.

Snel fala que, tempos atrás, a preocupação com a utilização da iluminação artificial era somente com a quantidade e intensidade de luz nos ambientes. “Hoje sabemos que a luz influencia o ciclo circadiano, pois nosso organismo responde a variações de luminosidade”, alerta. Ela explica que a luz do sol auxilia na produção de dopamina, responsável pelo prazer; pela serotonina que controla nossos impulsos e o cortisol que responde ao estresse. “À noite, a melatonina é produzida em nosso corpo, precisando de escuridão total para esse processo”, complementa.

Diante dessas informações, o profissional busca criar ambientes mais saudáveis, por meio do uso correto das luzes e o seu real impacto nas funções vitais das pessoas. “Além do controle da quantidade de luz nos ambientes, de acordo com horários de uso e função, temos a possibilidade de adequar a temperatura de cor da iluminação usando LEDs, com espectro de cor azul mais geral ou localizada, dirigida para cima e para baixo”, sugere, acrescentando que o tom mais claro e “frio” estimula o cérebro e deve ser utilizada em áreas de trabalho, já a luz com tonalidade de cor suave e amarelada é mais aconchegante e relaxante.

Especificação de Lâmpadas e Luminárias

A luz artificial pode ser usada para iluminação geral, pontual ou de destaque. “O projeto luminotécnico precisa estar alinhado com a função que a luz tem em cada ambiente. Deve considerar fatores como a intensidade de luminosidade, a temperatura de cor e o ângulo de abertura do facho luminoso dos LEDs”, destaca Snel. Nos projetos residenciais, ela opta por iluminação com temperatura de cor de até 3000k e, nos corporativos, de 4000k. Em ambientes de trabalho que exigem muita produtividade, como cozinhas industriais, farmácias e chão de fábrica, o ideal é empregar 6500k. E lembra que, ao provocar sensações, a cor da luz vende e atrai clientes. “Ou seja, a má utilização da iluminação pode causar danos ou ser uma aliada na busca de resultados emocionais, físicos e estéticos”, acrescenta.

As lâmpadas LED estão disponíveis nos modelos das antigas lâmpadas e em inúmeros outros formatos. Roinzeblatt recomenda cuidado na substituição das fluorescentes tubulares em relação ao porta lâmpadas, que deve ser de qualidade. É preciso fazer o ajuste da fiação interna da luminária e verificar se o sistema ótico é compatível.

De acordo com o engenheiro, o ideal é a aplicação de luminárias desenvolvidas para os LEDs. “Mas, tomando alguns cuidados como condições térmicas, sistema ótico e outros, eles podem ser aplicados em luminárias existentes”, orienta.

Além dos LEDs utilizados para dar destaque, podem ser usados os que possuem “filamento” em pendentes e fitas de LED RGB que alternam as cores, principalmente em ambientes como bares e pubs. Em ambientes com pé-direito muito alto, a luz focal e de efeito com melhor resultado continua sendo a LED AR 111 de 18w, para iluminar artigos de luxo. “Encontrados em pequenas dimensões, os ‘mini LEDs’ causam belos efeitos cênicos quando empregado no mobiliário”, diz a designer, que, em seus projetos, aboliu as incandescentes e halógenas.

FONTE: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/iluminacao-led-esta-consagrada-e-continua-evoluindo/23053