Energia solar fotovoltaica apresenta enorme potencial de crescimento

Data de publicação : 15/06/2018

Embora ainda represente uma porcentagem muito pequena, energia solar fotovoltaica tem potencial para representar 10% da matriz elétrica brasileira em 2030.

energia solar fotovoltaica

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da Universidade Trisul

 

A diversificação das fontes de energia é fundamental para a preservação de recursos naturais e o desenvolvimento sustentável do mundo. No Brasil, um dos destaques que tem crescido substancialmente é a energia solar fotovoltaica. Apesar de ainda representar uma quantidade muito inferior ao seu verdadeiro potencial, a energia solar fotovoltaica é uma das grandes fontes de energia limpa que podemos aproveitar.

A matriz elétrica brasileira produz hoje pouco mais 167 GW, de acordo com a Agência Nacional da Energia Elétrica (Aneel). A matriz ainda é amplamente dependente das usinas hidrelétricas, que somam mais da metade da geração nacional de energia elétrica. Segundo dados da agência, 60,84% vêm das hidrelétricas, 15,94% de fontes fósseis, 8,69% de biomassa, 7,68% de eólica, 4,86% de importação, 1,18% de nuclear e 0,7% de solar – dados consultados no dia 14 de junho de 2018, no site da ANEEL, aqui.

Embora as hidrelétricas sejam consideradas uma das fontes renováveis mais limpas, vale ressaltar que este não é um recurso inesgotável. Recentemente, alguns estados brasileiros passaram por graves crises hídricas, gerando enorme preocupação no setor de meio ambiente. Além disso, não podemos esquecer as consequências do aquecimento global – que acaba reduzindo o nível de água no mundo.

 

 

Energia solar pode ser protagonista

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Por outro lado, o otimismo em relação à energia solar é totalmente justificado pelos seus números. Segundo Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), “o setor destacou-se em comparação com a economia nacional, crescendo a taxas de 100% por ano desde 2013”.

Ainda assim, o potencial para ser explorado é enorme, tanto em força competitiva quanto em representação na matriz elétrica brasileira. De acordo com dados da ABSOLAR, a energia solar fotovoltaica produzida no País tem capacidade de atender a uma demanda 170 vezes maior que a necessidade atual. Recentemente, a produção nacional alcançou a marca história de 1,1 GW de energia solar fotovoltaica operando na matriz – o que posicionou o País dentro das 30 principais nações no mundo em energia solar fotovoltaica.

A projeção do setor é de que o Brasil chegue a 2,4 GW até o final do ano, gerando mais investimentos, fontes de renda e postos de empregos para a sociedade. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) – prevê que a fonte solar fotovoltaica represente cerca de 10% da matriz elétrica brasileira em 2030, ante o percentual abaixo de 1% atual. Estudos ainda mostram que o potencial que a energia solar pode alcançar vai muito além de outras fontes. Enquanto o potencial técnico hidrelétrico nacional é de 170 GW e o eólico é de 440 GW, o potencial técnico solar fotovoltaico supera 28.500 GW, sendo maior do que o de todas as demais fontes combinadas.

“Acreditamos que a energia solar fotovoltaica deve atuar como um complemento para as hidrelétricas, balanceando a utilização dos recursos naturais disponíveis. Há muito potencial e espaço para o setor crescer no Brasil”, afirma Sauaia.

 

Mercado de geração distribuída

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Um dos fatores que contribuem para o crescimento da energia solar fotovoltaica é o mercado de geração distribuída. São os chamados sistemas de geração distribuída a partir de painéis solares fotovoltaicos. De acordo com dados da ABSOLAR, são mais de 27 mil sistemas de geração distribuída, que somam mais de 246 MW de potência.

Ao considerar os números de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 77,4% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16%), consumidores rurais (3,2%), indústrias (2,4%), poder público (0,8%) e outros tipos, como serviços públicos (0,2%) e iluminação pública (0,03%).

Já em termos de potência, os consumidores dos setores de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 42,8% da potência instalada no País, seguidos de perto por consumidores residenciais (39,1%), indústrias (8,1%), consumidores rurais (5,6%), poder público (3,7%) e outros tipos, como iluminação pública (0,03%), e serviços públicos (0,6%). O valor em investimentos privados injetados na economia nacional é acima de R$ 1,6 bilhão.

Se considerarmos um cenário ideal – onde todos os estabelecimentos residenciais tenham instalados painéis fotovoltaicos em seus telhados –, seria possível atingir uma potência de duas ou três vezes maior do que a necessária para abastecer todos os domicílios do País.

O crescimento da microgeração e minigeração de energia solar fotovoltaica está sendo fortemente impulsionado graças aos recentes incentivos e regulamentações que estão facilitando a produção e o uso da própria energia por parte de consumidores residenciais, comerciais, industriais, edifícios públicos e em zonas rurais.

No início do mês de junho de 2018, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou uma medida para liberar financiamento para pessoas físicas investirem em instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica. Por sua vez, a Aneel aprovou a Resolução Normativa nº 482/2012, bem como o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) criou o Convênio ICMS nº 16/2015. Ambas estabelecem condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração de energia distribuída, assim como o sistema de compensação de energia elétrica conectada à rede.

O sistema de compensação dá a possibilidade de não só diminuir os gastos com a conta de luz, mas, também, chegar um momento em que o custo será zero. Ao conectar o seu sistema fotovoltaico na rede, o percentual gerado a mais do que o utilizado para consumo próprio é injetado em uma rede pública para ser redistribuído para a região onde está instalada. Desta forma, o investidor tem a possibilidade de ganhar créditos que podem ser utilizados em futuras contas de luz, devido ao excedente produzido e não desperdiçado.

Em geral, o retorno do investimento inicial feito nas instalações dos painéis solares de geração distribuída acontece de 5 a 7 anos. Vale ressaltar que esta tecnologia possui uma vida útil de mais de 25 anos, o que dá uma margem de, no mínimo, 18 anos de benefícios gerados graças a sua própria produção de energia renovável.

 

Conteúdo: VIBCOM