Drywall em apartamentos. O que é e como instalar?

Data de publicação : 20/06/2017

O sistema drywall é uma tecnologia que substitui as vedações internas convencionais(paredes, tetos e revestimentos) de edificações de quaisquer tipos,consistindo de chapas de gesso acartonados aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado.

Esta tecnologia já é utilizada na Europa e nos Estados Unidos há muitos anos e no brasil este sistema vem ganhando espaço nos últimos anos em função da instalação no pais de quatro grandes fabricantes europeus do sistema.

Histórico

A tecnologia da construção drywall foi inventada nos Estados Unidos, em 1985 e o seu uso é muito difundido em todo o mundo principalmente na União Europeia e Japão.

Figua 1: Paredes de Drywall Executadas

Figua 1: Paredes de Drywall Executadas

 

Vantagens e aplicações do Drywall

  • Rapidez e limpeza na montagem – Uma parede, um forro ou um revestimento em drywall é executado com muita rapidez e gera muito pouco entulho. Por exemplo, a montagem de uma parede divisória para a criação de um novo ambiente em uma casa ou apartamento demora apenas 24 a 48 horas. Nesse prazo, a parede estará pronta, com porta, tomadas e interruptores instalados, pronta para receber a pintura
  • Reformas fáceis – Em razão da rapidez e da limpeza na montagem dos sistemas drywall, reformar um apartamento ficou muito mais simples. E os sistemas drywall permitem soluções criativas, como uso de curvas, recortes para iluminação embutida e muito mais.
  • Manutenção e reparos – A mesma vantagem de rapidez e limpeza está presente na hora de se consertar um vazamento de água, por exemplo. Nesse caso, basta fazer com um serrote de ponta um pequeno recorte na chapa da parede de drywall, suficiente para permitir o conserto do encanamento, e depois fechar a parede com o mesmo pedaço de chapa. Um profissional especializado executa esse tipo de serviço em apenas um dia, sem o tradicional quebra-quebra das paredes comuns de tijolos ou blocos.
  • Precisão e qualidade de acabamento – Os sistemas drywall são precisos nas suas medidas e proporcionam uma qualidade de acabamento superficial única, perfeitamente lisa. Além disso, os sistemas drywall aceitam todos os tipos de acabamentos: pintura, textura, azulejos, pastilhas, mármore, granito, papel de parede, lambris de madeira, etc.
  • Isolamento de ruídos – Os sistemas drywall isolam melhor os sons e contribuem para tornar os ambientes mais confortáveis no que se refere à transmissão de ruídos.
  • Ganho de área útil – Como as paredes drywall são mais estreitas do que as de blocos ou tijolos, há um ganho na área útil. Esse ganho é de 5% aproximadamente. Por exemplo: em um apartamento de 100 m2, o ganho será de 5 m2, equivalente a 10 metros frontais de armários embutidos.

 

Condições para o início do Serviço

Recomenda se, antes do início das montagens, verificar alguns pontos, tais como:

  • As paredes devem ser montadas conforme especificação, sempre seguindo as tabelas de desempenho que determinam o tipo de parede que atende a necessidade da obra.
Figura 2: Paredes de Drywall

Figura 2: Paredes de Drywall

 

  • As paredes de estrutura dupla são formadas por duas linhas de estrutura interligadas por elementos de ligação, que podem ser: recorte de chapas, perfis da estrutura ou amortecedores acústicos, que eliminam a transmissão sonora.
Figura 3: Paredes Dupla

Figura 3: Paredes Dupla

 

  • As paredes de estrutura dupla, é compostas por uma camada de chapas, são chamadas de parede de Shaft.
Figura 3: Paredes de Drywall duplas de Shafts

Figura 3: Paredes de Drywall duplas de Shafts


Preparação da base para execução de paredes

Na preparação da base para execução das marcações, deverão ser retirados os entulhos, restos de argamassa ou outros materiais aderidos à base. Além disso, a base deverá estar livre de pó e de outras partículas soltas que podem ser eliminadas, varrendo-se a área. Havendo óleo, graxa, cola, desmol, tinta ou produtos químicos, é recomendável providenciar sua completa remoção.

 

Marcação dos Eixos

Locar as faces das guias com traço contínuo em toda a extensão, conforme indicado em projeto, tanto no piso como no teto, destacando a posição dos vãos e portas e locais de fixação de cargas pesadas.

Verificar se todas as saídas de tubulação estão contidas nesta projeção, corrigindo estas saídas antes do assentamento das guias

Figura 4: Tubulações em relação à projeção da guia

Figura 4: Tubulações em relação à projeção da guia

 

No caso da elétrica, a mangueira deve estar também perpendicular ao piso.

 

Fixação de Guias

Antes de fixar as peças metálicas, estas deverão ser cortadas na medida necessária, utilizando para isso tesoura apropriada para o sistema Drywall e serra circular.

Considerar nos cortes, o tamanho das viradas para estruturação dos vãos (aproximadamente 20 cm), evitando cortes desnecessários. Na sobreposição das abas das guias recortarem em ângulos de 45º evitando ondulações no rodapé da parede do sistema

Figura 5: Detalhe da virada da guia

Figura 5: Detalhe da virada da guia

 

Os cortes em ângulos deverão ser dobrados antes da fixação das peças. Quando necessária à junção de perfis, estes não devem ser sobrepostos, devendo as junções ser executadas de topo.

A escolha do sistema de fixação deverá levar em consideração, as características da superfície de fixação, podendo ser utilizado parafuso e bucha, pino de aço com arruelas ou rebites metálicos.

Recomenda-se utilizar broca, bucha e parafuso com nervuras, nos cantos de peças de concreto, evitando danificar a peça e a fixação na estrutura.

A fixação das guias superiores e inferiores deverão ocorrer a 5 cm do limite do vão e a cada 60 cm entre os pontos de fixação, ou conforme definido em projeto.

Na junção das paredes em “T” ou “L”, deverá ser previsto espaçamento entre as guias para a passagem das chapas de fechamento.

Manter a continuidade do perfil em mudança de direção de parede, garantindo o alinhamento original da furação dos montantes.

 

Montantes

As peças deverão ser cortadas na medida necessária, utilizando tesoura e serra circular, prevendo espaçamento superior (folga) de 5 a 10 mm em relação ao pé-direito.

Caso exista a necessidade de emenda dos perfis, esta poderá ser executada com encaixe telescópico, com transpasse mínimo de 30 cm e pelo menos dois parafusos de cada lado.

No caso de utilização de pedaço de guia ou de montante, deverá ser respeitado o transpasse mínimo de 30 cm para cada lado e pelo menos 2 parafusos de cada lado Deve-se evitar coincidir o alinhamento das emendas dos montantes, devendo estas ser sempre desencontradas.

Os montantes intermediários deverão ser fixados a cada 60 cm no máximo, e ao menos em três pontos do vão. Na interface com a estrutura, quando prevista, deverá ser instalada banda acústica fixada entre o montante e a superfície, com pontos de fixação distantes no máximo de 40 a 60 cm. Recomenda-se utilizar broca, bucha e parafuso com nervuras nos cantos externos do concreto, evitando danificar a fixação na estrutura.

 

Aberturas

Para a confecção dos vãos de portas e janelas, recomenda-se utilizar montantes duplos nas laterais das portas ou montantes simples (aço com maior espessura ou reforçados) com a alma voltada para o batente.

Na parte superior dos vãos (bandeira), prever a utilização de guias com abas dobradas, para posterior encaixe dos montantes

Evitar emendas das chapas sobre o vão de porta (bandeira) de no mínimo 15 cm em relação ao alinhamento do montante do batente da porta.

Realizar o travamento da bandeira de porta, na aba de virada da bandeira (15 cm), fixando com no mínimo 2 parafusos na superfície interna do montante.

Fixar com parafusos metal-metal os dois lados dos montantes nas guias inferiores para o travamento dos batentes/ montantes duplos das portas.

Utilizar montantes com reforço de madeira nos casos de batentes metálicos, e, nos casos de batentes colados, utilizarem montantes duplos.

Reforce os montantes de porta (duplos ou com reforço de madeira);

Fixe os montantes de porta por meio de parafusos ou com a utilização de espuma de poliuretano.

Deverão ser instalados montantes intermediários entre a guia de teto e a guia superior da esquadria. As guias deverão ser puncionadas dos dois lados (na parte superior e aparafusada na parte inferior), não interferindo na modulação das paredes.

Procurar durante a instalação das chapas, desencontrar as juntas de instalação destas, com o alinhamento das esquadrias.

No caso de instalação de batente diretamente sobre a chapa de gesso, deve se prever instalação de um montante interno, independente da modulação da parede.

 

Elementos Internos

Quando da existência de instalações elétricas ou instalações hidráulicas no interior das paredes, recomenda-se proceder sua instalação antes da aplicação das chapas, procedendo-se com o posicionamento, testes e adequações necessários. Especial atenção deverá ser dada ao teste de estanqueidade das instalações hidráulicas.

Quando da utilização de tubulações de cobre / bronze, deverá ser prevista a instalação de isoladores nas furações dos perfis, procurando evitar problemas por corrosão.

Para as instalações elétricas deverão ser utilizados eletrodutos e no caso de utilização de eletrodutos corrugados, recomenda-se a utilização de isoladores nas furações dos perfis.

Percorrer toda a rede de Gás pelo eixo central dos perfilados, ou seja, pela furação original do montante, evitando que o parafuso de fixação das chapas venha a perfurar o cano de proteção da tubulação

 

Figura 6: Tubulação de gás do sistema de Drywall

Figura 6: Tubulação de gás do sistema de Drywall

 

Isolamentos

A aplicação de isolamentos de (Lã mineral), esta deve obrigatoriamente ser instalada antes do fechamento das placas, devendo o material de isolamento ser aplicado sobre a face interna de uma das placas já instalada.

Figura 7: Instalação de lã mineral para isolamento

Figura 7: Instalação de lã mineral para isolamento

 

Reforços

Os reforços deverão ser executados quando prevista a instalação de cargas locais (pias e outros pontos de fixação), podendo ser usado para isso chapas de madeira tratada (fungicida) ou chapas de aço reforçado.

 

 

 

 

 

 

 

Quando optarem por utilizar chapas de madeira, estas deverão ser acompanhadas no fornecimento de atestado e/ou certificado de qualidade (tratamento químico/autoclave e origem do material).

 

Tipos de Chapas de Gesso Acartonado

Chapa ST – Standard –Branca deve ser utilizada nas paredes internas da edificação

Chapa RU – Resistente à umidade deve ser utilizada nas áreas de serviço e shafts de banheiro e sacada.

Chapa Rosa – Resistente ao fogo deve ser utilizada na execução de churrasqueiras.

Figura 10: Tipos de Chapas de Gesso Acartonado

Figura 10: Tipos de Chapas de Gesso Acartonado

 

Tratamento das Juntas e Pontos de Fixação

Para que a superfície de gesso seja plana devemos fazer o correto tratamento das juntas. Além disso, o acabamento adequado é fundamental para o desempenho acústico e prevenção de patologias como trincas e descascamentos.

 

Materiais essenciais para Tratamento das juntas

Existem 2 tipos de massa: prontas e vendidas em pó (necessitando de adição de água).

Ambas possuem preços e características de uso semelhantes. A massa pronta é mais prática, porém, apresenta tempo de secagem maior, algo em torno de 24hrs, enquanto a massa em pó seca em 2hrs.

Não utilizar gesso comum, por ser pouco flexível resultará em trincas.

Fita de papel microperfurado

Figura 11: Fita de papel microperfurado

Figura 11: Fita de papel microperfurado

Normas Brasileiras

NBR 15.758-1:2009 – Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall – Projeto e Procedimentos Executivos para Montagem. Parte 1: Requisitos para Sistemas Usados como Paredes

NBR 14.715-1:2010 – Chapas de Gesso para Drywall – Requisitos

NBR 14.715-2:2010 – Chapas de Gesso para Drywall – Métodos de Ensaio

NBR 15.217:2009 – Perfis de Aço para Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall – Requisitos e Métodos de Ensaio