Revestimento Interno em Argamassa. Passo a Passo.
Embora possamos encontrar um alto nível de controle de qualidade em todas as etapas da cadeia construtiva de um edifício, é no acabamento final que a qualidade se mostra de maneira explícita ao cliente. O revestimento interno em argamassa (de paredes), por exemplo, pode impactar tanto em questões técnicas, como o desempenho térmico / acústico das vedações, até em questões estéticas, como garantir o esquadro da parede para a instalação de pisos, rodapés e mobília.
Dentre os requisitos técnicos, é preciso que o revestimento interno em argamassa seja plano, bem aderido, isento de fissuras e que apresente superfície adequada ao revestimento final, que irá variar nos casos de aplicação de pintura ou de assentamento de revestimentos. Esse trabalho visa orientar a execução de revestimento interno em argamassa para ambientes internos, de modo que o produto final atenda as necessidades técnicas e estéticas pretendidas na sua aplicação.
1. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
- NR-18 (Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção);
- NBR 13749:2013 (Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas-Especificações);
- Projeto de Instalações Elétricas;
- Projeto de Instalações Hidráulicas;
- Projetos de Arquitetura.
2. MATERIAIS
- Água;
- Caixotes plásticos para massa;
- Cimento e Areia ou Argamassa Industrializada;
- Linha;
- Taliscas de material cerâmico;
- Tela plástica (reforço interface alvenaria x estrutura)
3. EQUIPAMENTOS
- Broxa
- Carrinho de mão;
- Cavalete;
- Colher de pedreiro;
- Desempenadeira de aço dentada 8x8x8 mm;
- Desempenadeira de madeira ou PVC;
- Desempenadeira de feltro de borracha (para áreas secas ou aplicação de pintura);
- Esquadro de alumínio;
- Argamassadeira de eixo horizontal;
- Prumo de face;
- Régua de alumínio com nível;
- Réguas de alumínio;
- Rolo de textura alta;
- Cavalete de madeira ou metálico;
- Trena;
- EPI’s: Capacete, Bota de Couro e Borracha, Luvas de Borracha, Cinto de Segurança, Óculos de Proteção, Proteção Auricular.
Etapas iniciais
Após a elevação da alvenaria, é necessário a instalação de caixinhas que compõe as instalações elétricas. Esse processo é feito com perfuratriz tipo serra-copo, o que gera a deposição de resíduo e poeira sobre a alvenaria. A figura a seguir ilustra essa etapa:
Assim, após a instalação das caixinhas, recomenda-se a lavagem da parede com maquina de pressão, 48 horas antes da aplicação de chapisco.
O chapisco compõe o sistema de revestimento, e representa a ponte de aderência entre a argamassa e o substrato. O chapisco deve ser aplicado com antecedência mínima de 48 horas da aplicação da argamassa de revestimento. Deverá ser chapiscada obrigatoriamente a estrutura de concreto, e opcionalmente a alvenaria. Recomenda-se realizar testes de aderência, com ensaios de arranchamento, anteriormente ao início das atividades para que essa interface seja bem compreendida. Recomenda-se também a aplicação de tela tipo viveiro, a ser posicionada no encontro entre alvenaria e estrutura, no primeiro e no último pavimento do edifício.
Antes de iniciar a aplicação da argamassa, alguns prazos técnicos devem ser observados:
- Alvenaria elevada há no mínimo 14 dias
- Encunhamento realizado no mínimo a 7 dias
Execução do revestimento
Inicia-se o revestimento com a aplicação de taliscas cerâmicas, conforme ilustrado na figura a seguir:
As taliscas devem possuir a menor espessura possível, sendo recomendado obedecer a espessura minima de 1,5 cm. Confere-se a planicidade das taliscas com o uso de um prumo de face, e o esquadro entre paredes com o uso de régua e esquadro de alumínio. O espaçamento máximo entre taliscas deve ser de 2,00 m, por ser esse o comprimento máximo das réguas de alumínio utilizadas no processo.
Após a execução das taliscas, deve-se executar as faixas, com a mesma argamassa de revestimento, como ilustra a figura a seguir:
Recomenda-se aplicar uma tira de madeira por todo o perímetro da parede a ser revestida. Dessa forma, consegue-se reaproveitar a argamassa que cai durante o sarrafeamento da argamassa, impedindo sua contaminação. É importante que o recolhimento seja imediato, do contrário o reaproveitamento não é recomendado:
Após a cura das mestras, pode-se iniciar a aplicação da argamassa de revestimento, com uso de colher de pedreiro ou ainda com a utilização de sistemas de jateamento disponíveis no mercado.
Após a aplicação, aguardar o ponto de sarrafeamento conforme figura a seguir:
Após o sarrafeamento da argamassa, as taliscas deverão ser removidas. Por fim, deve-se dar acabamento de acordo com o revestimento final previsto, sendo:
- Revestimento em azulejo ou porcelanato: acabamento desempenado com desempenadeira de madeira ou PVC;
- Pintura: acabamento com desempenadeira de feltro de borracha.