Execução de Contrapiso Autonivelante. Passo-a-Passo.

Data de publicação : 28/09/2017

O contrapiso autonivelante é um sistema composto por uma argamassa desenvolvida com uso de aditivos para ser bombeada, cuja sua principal função é nivelar a laje com preenchimento dos espaços vazios e se auto-adensar apenas sob o efeito da gravidade e de sua própria capacidade de espalhamento.

Por apresentar alta fluidez, o produto é auto-adensável e autonivelante, características que permitem seu espalhamento natural, dispensando grandes esforços físicos ou procedimentos mais complexos para a sua aplicação e, consequentemente, necessidade de alta capacitação dos operários.

A alta produtividade na aplicação, a liberação rápida para a execução de outros serviços ou para o uso do ambiente, a qualidade e o desempenho são os principais diferenciais do contrapiso autonivelante.

Objetivo

Estabelecer as diretrizes técnicas operacionais necessárias para aplicação de contrapiso autonivelante nas edificações. As técnicas construtivas para execução do contrapiso, conforme NBR 13276, NBR 7200 e NR 18.

Equipamentos, Ferramentas e Materiais

  • Membreta

  • Niveletas

  • Laser  Nivelador

  • Mangote de borracha

  • Bomba de argamassa

  • Argamassa autonivelante dosada em central / Cimento para lubrificação dos mangotes

 

Condições Iniciais Para Preparação Da Laje

A preparação da laje para aplicação do contrapiso é responsável por grande parte do sucesso da execução e por uma grande economia de tempo em reparos futuros no contrapiso. Uma vez que o piso não é colado e sim aderido, teremos que deixar a maior área de contato possível, sendo assim o local de serviço deverá estar limpo e desimpedido, livre de restos de argamassa, pó e outras partículas soltas.

  • Montagem da bomba de argamassa

As bombas utilizadas podem ser dos modelos: Diesel, Elétrica ou Estacionária. Na utilização de qualquer um desses modelos, sua posição se dará na região
externa à torre conforme (figura 1), na rua ou dentro do canteiro, devendo seguir projeto de logística da obra. De forma que, sua localização seja viável a receber a argamassa autonivelante diretamente de um caminhão betoneira.

No caso da bomba elétrica há a necessidade de ponto de energia 380 v ou 220 v trifásico, no máximo a 25m de distância.

Figura 1 – Bomba de argamassa e caminhão betoneira

  • Montagem de tubulação

Tubulação de ferro e/ou mangotes de borracha, são ligados à bomba de arga-massa, percorrendo a distância horizontal até o poço do elevador, dutos de ar ou outras cavidades de acesso, fixados ao longo da coluna vertical e novamente estendidos na horizontal da laje onde se dará a aplicação do contrapiso autonivelante. No caso de uso dos mangotes de borracha a fixação vertical é feita com cordas. Já a tubulação de ferro deve ser fixada e escorada pela equipe de carpinteiros da obra.

  • Preparação da laje

Lavar a laje com jateamento de água sob pressão (WAP), um dia antes á aplicação do contrapiso (Figura 2).

Figura 2 – Lavagem da laje

  • Mapeamento da laje

Os responsáveis pelo acompanhamento da execução do contrapiso devem fazer o mapeamento da base como demonstrado na (figura 3 e 4), por meio de planilhas para auxiliar nas espessuras do contrapiso, possibilitando assim ter uma estimativa de quantidade média de argamassa a ser utilizada na regularização do piso mapeado. Esse é um procedimento fundamental, pois favorece um estudo da base quanto à sua variação nas cotas, e é possível definir o método de execução e o preparo da base;

Figura 3 – Mapeamento da laje

 

Figura 4 – Mapeamento registrado em planta e/ou croqui

  • Isolamento de área

As áreas frias deverão ser isoladas com pontaletes para que não seja aplicado o autonivelante. Neste local deve ser executado o contrapiso convencional (argamassa do tipo farofa) com os devidos caimentos (Figura 5).

Figura 5 – Isolamento das áreas frias

  • Fita de polietileno expandido.

Coloca-se o feltro de polietileno nos contornos internos de contato ao contrapiso conforme na (figura 6), com a função de junta perimetral nas paredes estruturais, pilares e alvenarias.

Figura 6 – Colocação da Junta Perimetral ou Feltro

  • Definição dos níveis e ferramentas

Com a obtenção das cotas acabadas com o engenheiro ou mestre da obra, será realizado a transferência do ponto de referência para as paredes dos cômodos onde serão distribuídos ao longo da laje através dos níveis a laser.

Com o mapeamento da laje executado conforme demonstrado na (figura 3), posicionaremos as nivelatas (marcadores de nível) conforme (figura 7) respeitando a espessura mínima de três centímetros e máxima de nove centímetros e deverá ser considerada a espessura do revestimento, nos pontos críticos (pontos mais altos da laje) com espaçamentos entre 1 m² a 4 m². Caso haja pontos onde a cota seja inferior a 3 cm, o responsável ou encarregado será avisado, e orientado a subir a cota geral ou “escarear” as áreas.

Figura 7 – Laser e posicionamento das nivelatas

  • Aplicação da argamassa

Após a chegada do caminhão betoneira carregado com argamassa autonivelante, finalizada sua devida dosagem, começa o descarregamento na bomba que propulsiona o material através dos tubos/ mangotes devidamente instalados até a laje onde será aplicada, respeitando os níveis das niveletas conforme (figura 8).

Figura 8 – Argamassa autonivelante depositada na laje, respeitando a cota es-tabelecida em cada niveleta.
Nota: Na execução do piso auto adensável, o tempo de descarga não deverá exceder o prazo máximo recomendado pelo fornecedor.

  • Adensamento e Acabamento Fino

Depois de aplicada, a argamassa recebe um adensamento e o acabamento fino. Ambos os acabamentos são realizados pela membreta conforme (figura 9).
Para um melhor resultado a aplicação deve seguir um sentido preferencial, conforme (figura 10).

Figura 9 – Acabamento

 

Figura 10 – Sequência de aplicação para o Contrapiso autonivelante

  • Cura

A cura deve ser iniciada assim que a argamassa estiver visualmente em processo de pega, esta verificação deverá ser realizada através do atrito de um prego com a argamassa aplicada.

Após 24 horas da aplicação, molhar toda a área com um centímetro de lâmina d’água conforme (figura 11), minimizando assim as fissuras provocadas pela perda excessiva de água durante o processo de pega da argamassa.

Manter a cura por pelo menos por três dias.

Quando necessário a cura química deverá ser aplicada seguindo as recomendações do fabricante, este tipo de cura também minimiza o aparecimento de fissuras. O período da cura química deve cumprir as especificações do fabricante.

Figura 11 – lâmina d’água

  • Cuidados Importantes

A área onde o contrapiso foi aplicado deve ser isolada, evitando o trânsito de pessoas por dois dias. Para nivelamento e imperfeições no acabamento o contrapiso pode ser conferido após a cura. Porém o teste para som cavo deve ser realizado o mais tardiamente possível, pois essas patologias acontecem entre 14 e 28 dias após a execução.

 

Engenheira / Equipe responsável

  • Colaboradora: Eng° Stephany Carassoli
  • Equipe responsável: Obras